segunda-feira, 17 de maio de 2010


"Não nego a necessidade objetiva do estímulo material, mas sou contrário a utilizá-lo como alavanca impulsora fundamental.
Porque então ela termina por impor sua própria força à relação entre os homens"

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Nas noites em que você partia...


Nas noites em que você partia, levava consigo pensamentos meus. Eram noites em que eu não dormia; sentia frio, sentia-me fora de mim, sentia-te aqui; minha imaginação fluía e facilmente chegava até você. Não sei se assim você os sentia ou se sentia como deveria.
E foi em pensamentos destes que me deparei com uma perturbadora indagação: Como em tão pouco tempo desabrochou tal relação?
Busquei explicação no desconhecido, no que não tem começo nem fim; o sentimento infinito. Tudo o que é desconhecido é infinito. E me pareceu que quanto mais eu buscava, mais a fundo nesse abismo entrava. Era uma viagem sem volta, sabia, mas estava disposto a me entregar todo a ela... E passaram-se os dias, passaram-me os outros pensamentos, e pensar em você já combinava comigo.
Foi quando num insight, percebi que tal sentimento é infinito em perfeições, no entanto vejo o infinito como uma abstração... É como tomar uma coisa desconhecida por outra igualmente desconhecida; é tomar o atributo de uma coisa pela própria coisa.
Procurei, pois, na emoção a causa de tudo o que não foi emanado de nós e surpreendentemente a minha razão foi quem primeiro me respondeu: não há efeito sem causa. De fato, de onde viria esse sentimento se ele repousasse sobre o nada?
Mas por que então atribuir ao acaso as razões dessa aproximação? Seria um absurdo desejar-te como minha sina se inexplicavelmente não houvesse causa maior. Absurdo então conceber o acaso como razão inteligente. O acaso nada é.
A harmonia que regula as energias do universo revela combinações e objetivos determinados para cada um e por isso mesmo sentimos essa força como inexplicável. Atribuir o que sentimos ao acaso seria um contra-senso, porque o acaso é cego e não pode produzir os efeitos que um sentimento por si só produz. Um acaso inteligente deixaria de ser um acaso e como não podemos controlar o que esse sentimento nos produz, ele é, portanto, algo superior à nossa vontade.
Pensar em você tem sido pra mim inquietante, pois quanto mais busco uma resposta, mais me avizinho da certeza de que racionalmente ela não existe.
Decidi então me limitar a sentir. E tem sido o que melhor tenho feito. Me libertei da insegurança, do medo, da incerteza e de tudo o que racionalmente me afastaria de você e conseqüentemente de mim mesmo.
Agora eu sinto, eu viajo, eu fecho os olhos e vou te encontrar. Lá onde você quiser, pois com os olhos fechados somos só nós dois e o paraíso que sonhamos, podemos juntinhos construir.

quinta-feira, 15 de abril de 2010


O "lá ele" é uma das mais importantes expressões do idioma baianês,
mais especificamente do dialeto soteropolitano baixo-vulgar. Segundo
os léxicos, a expressão significa "outra pessoa, não eu" (LARIÚ,
Nivaldo. Dicionário de baianês. 3ª ed. rev. e ampl. Salvador: EGBA,
2007, s/n).

A origem da expressão é ambígua. Alguns etimologistas atribuem seu
surgimento às nativas do bairro da Mata Escura, enquanto outros
identificam registros mais antigos no falar dos moradores do Pau
Miúdo. O certo, porém é que o "lá ele" desempenha papel fundamental em
um dos aspectos mais importantes da cultura da primeira capital do
Brasil - a subcultura urbana do duplo sentido.

Desde a mais tenra infância, os naturais da Soterópolis são treinados
para identificar frases passíveis de dupla interpretação. Da mesma
forma, os soteropolitanos aprendem desde cedo a engendrar artimanhas
para que seu interlocutor profira expressões de duplo sentido.

Assim, as pessoas vivem sob constante tensão vocabular, cuidando para
não fazer afirmações que possam ser deturpadas pelo interlocutor. Para
indivíduos do sexo masculino, por exemplo, é vedado conjugar na
primeira pessoa inocentes verbos como "dar", "sentar", "receber",
cair", "chupar" etc. O interlocutor sempre estará atento para, ao
primeiro deslize, destruir a reputação de quem pronunciou a palavra
proibida.

Como antídoto para a incômoda prática, o "lá ele" surgiu como uma
ferramenta indispensável na comunicação do soterpolitano. Assim, o
indivíduo que falar algo sujeito a interpretações maliciosas estará a
salvo se, imediatamente, antes da reação de seu interlocutor, falar em
alto e bom som "lá ele!"

Por exemplo, qualquer homem, por mais macho que seja, terá sua
orientação posta em dúvida se falar "Neste Natal comi um ótimo peru".
Contudo, se sua frase for "Neste Natal comi um ótimo peru, lá ele!",
não haverá qualquer problema. No mesmo diapasão, confira-se:

(i) se um colega de trabalho enviar um e-mail perguntando "vai dar
para almoçar hoje?", não se pode redarguir apenas "Sim"; deve-se
reponder "Vai dar lá ele. Vamos almoçar";

(ii) se, na pendência do pagamento de polpudos honorários, um advogado
perguntar ao outro "Já recebeu?", a resposta deverá ser "Recebeu lá
ele. Já foi pago";

(iii) ou, ainda, se alguém tiver a desdita a desdita de nascer no
citado bairro do Pau Miúdo, o que poderá transformar sua vida em um
interminável festival de chacotas, deverá sempre valer-se da ressalva:
"eu sou do Pau Miúdo, lá ele".

Para melhor compreensão da matéria, reproduz-se abaixo um exemplo
real, ocorrido no último domingo durante a transmissão do épico
triunfo (vitória é coisa de chibungo, lá ele) do glorioso Esporte
Clube Bahia sobre o Atlético de Alagoinhas:

- Locutor: "Subiu o cartão amarelo?"

- Repórter: "Subiu o amarelo e o vermelho."

- Locutor: "Mas você está vendo subir tudo!"

- Repórter: "Lá ele!"

Note-se que o "lá ele" pode sofrer variações de gênero e número, de
acordo com a palavra que se pretende neutralizar. Se, antes de uma
sessão do TJBA, alguém perguntar "Você conhece os membros da turma
julgadora?", deve-se objetar com veemência: "Lá eles!". Ou se o
cidadão for à Sorveteria da Ribeira e lhe perguntarem "Quantas bolas o
senhor deseja?", é de todo recomendável que se responda "Duas, lá
elas, por favor".

A cultura duplo sentido oferece outros fenômenos da comunicação
interpessoal. Veja-se, a título de ilustração, o sufixo "ives".

Em Salvador, não se pode falar palavras terminadas em "u",
principalmente as oxítonas. Independentemente de sexo, idade ou classe
social, o indivíduo poderá ser mandado para aquele lugar (lá ele). A
pronúncia de uma palavra que dê (lá ela) rima com o nome popular do
esfíncter (lá ele) será prontamente rebatida com a amável sugestão.
Para fazer face ao problema, a vogal "u" passou a ser costumeiramente
substituída pelo sufixo "ives".

Destarte, o capitão da Seleção de 2002 é tratado como "Cafives"; o
Estádio de Pituaçu virou "Pituacives"; o bairro do Curuzu se tornou
"Curuzives"; a capital de Sergipe sói ser chamada de "Aracajives"; e
as pessoas que atendiam pela alcunha de Babu, com frequência utilizada
na Bahia para apelidar carinhosamente pessoas de feições simiescas, há
muito tempo passaram a ser chamadas de "Babives".

Um alentado estudo do "lá ele", que tem outras aplicações práticas
além daquelas ora examinadas, pode ser encontrado na obra
http://ohsuamisera.blogspot. com/2008/10/oxente- rapaz-l-ele. html

Para o "ives", recomenda-se o estudo de http://www.bbmp.com.br/?p=
399, que inclusive analisa a relação do sufixo com a expressão "lá
ele".

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

homumidades

.
 
[b]Eu poderia começar dizendo que sou a soma do que sinto, mas [http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=84730885] ? Eu poderia dizer que venceria o Big Brother e todos acreditariam, mas eu que me atrevesse a dizer que [http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=3511115] ... hahaha. Posso ouvir as vozes irônicas me sacaneando " http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=52504041]. "
Mas a verdade é que você é a sua história. A soma de bom e ruim de tudo aquilo que você mesmo construiu. Semeou? Tem que colher! É por isso que hoje, prematuramente, me considero uma criatura feliz, pois aprendi a dizer [http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=1166640] na hora do perdão e seguir adiante sem mágoas, sem rancor, mas com uma ajuda enorme da minha [http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=294892] para assuntos desagradáveis.
Fiel companheiro do livro, aprecio a [http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=2551469] e é basicamente de onde tiro as minhas [http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=2024529] e me pego reproduzindo as vozes: [http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=52504041
[http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=16734248] e isso faz sofrer as pessoas que eu mais amo. Mas quero que cada uma saiba que [http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=24601401].
Devo os maiores acontecimentos de minha vida aos amigos de [http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=180513], de onde a maioria foi do eterno [http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=1582817]. No limite entre a adolescência e a promessa de liberdade dos 18 anos, nos divertimos horrores no [http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=1044406]. Foi a época em que a galera olhava pra mim e dizia: [http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=1304976]. A fase da primeira cachaça, da segunda, da terceira... Da lingua embolando e da [http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=4971321] variando ao infinito com suas respectivas ressacas.
Mas os 18 vêm pra revelar sua verdadeira face e esfregar na sua cara que ao invés de liberdade, é hora da RESPONSABILIDADE.
Também concordo que ainda tinha que "escrever" muita história pra contar. E o destino irônico me jogou em [http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=158639]! Logo o que! Logo aonde! E logo... Em que JAULA!
A jaula dos "bichos" mais insanos daquele zoológico... De "bicho" preocupado em gritar [http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=1019155]...A temida [http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=4207499], de onde trouxe comigo outra grande leva de grandes amigos.
Mas eram muitas leis pra um fora-da-lei com eu. E foi quando de repente, passeando entre meus neurônios e a [http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=973348] buscando pensamentos livres, acordei no P.A.5 numa turma de [http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=60993005], onde parece que, abstraindo a forma, a essência permaneceu a mesma. Permaneceu a mesma energia positiva que conduz minha vida e me mantêm [http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=80188249].
E você ainda vem me perguntar [http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=36243955]. Complicado! Faz o que manda a descrição[red]![/red]

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Árvores de carne e osso


às vezes soa estranho essa relação,
mas somos arvóres de carne e osso.
inicialmente um sementinha
e após longos anos de cuidado
uma árvore firmada.
porque não?
afinal, só "grandes" temos os pés no chão.
e apesar de termos um ponto certo de estabilidade,
nossas raízes vão se expandindo ao ponto de não dimensionarmos mais.
vamos nos adequando a cada estação,
nos renovando nos "outonos",
florescendo nas "primaveras".
apesar de não termos estações tão definidas,
é evidente a mudança anual.
temos dias de inverno e verão independente de temperatura,
vemos nossas folhas caindo sem poder evitar ...
é, dói ver nossas folhinhas sendo um passado saudoso,
mas é necessário renovar.
é necessário acreditar que o que vem na próxima estação será mais bonito,
durará mais e terá outro significado.
não dá pra passar a vida carregando folhas secas com medo do novo,
é necessário apostar num futuro mais bonito,
numa estação melhor.
quem sabe o sol não vem mais caloroso?
quem sabe a chuva não cai na hora certa?
hoje nossas necessidades fugiram do manual
e mesmo não sabendo o que realmente precisamos
passamos todo o tempo evitando crescer.
o que vamos perder se abrirmos mão do que já não tem vida?
do que já não nutre?
qual a necessidade de deixar o lugar ocupado com uma coisa que não te ajuda a crescer?
quando vamos nos tocar que tudo nessa vida é passageiro
e que não dá para nos prendermos em uma lembrança?
hoje essa folha é passado, então porque o medo de deixá-la ir?

LOPES, Gabrielle.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Lula (aqui e) lá


Lula poderia ter agido, como muitos de seus pares na política agiriam, com rancor e desprezo pelo Rio de Janeiro, seus políticos, sua mídia, todos alegremente colocados como caixa de ressonância dos piores e mais mesquinhos interesses oriundos de um claro ódio de classe, embora mal disfarçados de oposição política. Lula poderia ter destilado fel e ter feito corpo mole contra o Rio de Janeiro, em reação, demasiada humana, à vaia que recebeu – estranha vaia, puxada por uma tropa de canalhas, reverberada em efeito manada – na abertura dos jogos panamericanos, em 2007, talvez o maior e mais bem definido ato de incivilidade de uma cidade perdida em décadas de decadência. Vaiou-se Lula, aplaudiu-se César Maia, o que basta como termo de entendimento sobre os rumos da política que se faz e se admira na antiga capital da República. Fosse um homem público qualquer, Lula faria o que mais desejavam seus adversários: deixaria o Rio à própria sorte, esmagado por uma classe política claudicante e tristemente medíocre, presa a um passado de cidade maravilhosa que só existe, nos dias de hoje, nas novelas da TV Globo ambientadas nas oníricas ruas do Leblon. Lula poderia ter agido burocraticamente a favor do Rio, cumprido um papel formal de chefe de Estado, falado a favor da candidatura do Rio apenas porque não lhe caberia falar mal. Deixado a cidade ao gosto de seus notórios representantes da Zona Sul, esses seres apavorados que avançam sinais vermelhos para fugir da rotina de assaltos e sobressaltos sociais para, na segurança das grades de prédios e condomínios, maldizer a existência do Bolsa Família e do MST, antros simbólicos de pretos e pobres culpados, em primeira e última análise, do estado de coisas que tanto os aflige. Lula poderia ter feito do rancor um ato político, e não seria novidade, para dar uma lição a uma cidade que o expôs e ao país a um vexame internacional pensado e executado com extrema crueldade por seus piores e mais despreparados opositores. Mas Lula não fez nada disso. No discurso anterior à escolha do Comitê Olímpico Internacional, já visivelmente emocionado, Lula fez o que se esperava de um estadista: fez do Rio o Brasil todo, o porto belo e seguro de todos os brasileiros, a alma da nacionalidade. Foi um ato de generosidade política inesquecível e uma lição de patriotismo real com o qual, finalmente, podemos nos perfilar sem a mácula do adesismo partidário ou do fervor imbecil das patriotadas. Lula, esse mesmo Lula que setores da imprensa brasileira insistem em classificar de títere do poder chavista em Honduras, outra vez passou por cima da guerrilha editorial e da inveja pura e simples de seus adversários. Falou, como em seus melhores momentos, direto aos corações, sem concessões de linguagem e estilo, franco e direto, como líder não só da nação, mas do continente, que hoje o saúda e, certamente, o aplaude de pé. Em 2016, o cidadão Luiz Inácio da Silva terá 71 anos. Que os cariocas desse futuro tão próximo consigam ser generosos o bastante para também aplaudi-lo na abertura das Olimpíadas do Rio, da qual, só posso imaginar, ele será convidado especial.



RETIRADO DO BLOG BRASÍLIA EU VI por Leandro Fortes, no Brasília Eu Vi


terça-feira, 6 de outubro de 2009

O próximo segundo


Ultimamente tenho me perguntado qual a minha missão na Terra. Por que e pra que estou aqui. Qual o objetivo da Providência em me confiar a minha própria vida. Sigo buscando sinais, tentando encontrar respostas a partir dos estímulos que me propõem. Descobrindo que as coisas, os fatos e as pessoas simplesmente passam a existir, mesmo tendo estado o tempo todo ali diante dos meus olhos. Diante desses espelhos que reproduzem imagens que se eternizarão bem como outras que desaparecerão ao longo da vida simplesmente deixando de existir, mesmo estando o tempo todo ali diante dos meus olhos. Vez ou outra elas voltarão a ser refletidas disfarçadas de passado, encarnadas em lembranças e perpetuadas sob o nome de experiência. Essas imagens representam tudo o que nos é permitido resgatar de tudo aquilo que já não há; que o tempo levou. Paradoxalmente, acredito que tudo que há de real é aquilo que não podemos tocar, porque a matéria segue obedecendo a Lavoisier mas ele nunca poderá transformar o que se solidificou na abstração. Apesar de tão significante, não é o desafio superado que me preocupa. É a sensação de impotência diante de um inimigo que não para: o tempo. Afirmo que não há nada mais desesperador que a incerteza do próximo segundo. Só nos é dado o poder de saber o que soubemos, mas nunca saberemos o que vamos saber. Nunca nos livraremos da dúvida quanto a sequência conológica incessante de segredos a ser revelados, mas que por enquanto se escondem por trás das fronteiras do futuro.Viver é como romper barreiras. O presente é onde você está, mas não está mais. Viver, de fato, é alternar os mundos revezando personalidades paralelas e ao mesmo tempo individuais. É ser o mesmo "eu" que existiu, convivendo com o "eu" existente e que já não existirá diante do "eu" que está por vir. Viver o presente, então, é estar milimetricamente equilibrado onde os dois buracos negros nunca poderão te sugar. Estar no presente é estar sempre no mesmo lugar, estando sempre em lugares diferentes. É poder ser uma infinidade de vidas dentro da mesma vida que morre e ressuscita a cada faísca de tempo que se vai.Enquanto o passado precisa ser para não ser, o futuro há de não ser para que seja. O presente é o estado iminente de uma mistura homogênea. O ser e o não ser coexistindo instantaneamente. Presente é vida e morte, é feto e caveira, antes e depois. Pensamentos que desviam-se de rumo e cessam antes mesmo de se chamarem ações.Não sei! Se sou, se serei... Se sei, se não sou, se fui, se seria... Se sempre serei, se "nunca serão". Mas nunca sei com certeza se "ser ou não ser" é a questão.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009


Cem rótulos, sem documento, sem nome, sem registro e nem identidade.
Se paz, sem ternura; se harmonia, sem amor; se verdade, sem fraternidade.
Cem sóis sem chuva, sem calor nem frio, cem lençóis... O frescor do vento. Relento.
sem o brilho das cem estrelas, tem... O céu inteiro!
Cem dias sem tarde, em noite In100deia, mas não arde.
O breu sem outono, primavera, inferno e verão. Quem prima verá? outo no verão, eu não!
Sem estações, sem passagem. Sem trem nem passageiros. Só paisagem.
Puro eu apuro: onde Ninguém é seu dono e você não é dono de Ninguém, afinal, ninguém é você.
- Prazer, Ninguém!
- Você também?
Sem relógio para ver a hora, sem o tempo para marcar agora. sem passado fadado de outrora; sem presente, pré-sente e sem futuro: outro apuro!
Sem razão nem fundão, sem o infinito sem vida.
Semi-humanidade, tem tudo e com nada demais.
Sem ar, semear sem mear.
Cem promessas sem brindar, sem paixão, sem te(n)são para escolher todos seus des-ejos.
sem cidade, sem estado-de-espírito nem calamidade. Sem país.
Seu mundo sem-mundo, sem-terra sem planeta Terra, sem-chão imundo. Vagabundo.
Sem universo. Só un inverso reverso. osrevinu.
sem só risos e risadas, sem gritos, sem terror, sem lágrimas, sem gargalhadas.
Drama, trama, ama, contém 1g... Garçom, me traz uma Brahma!
meus pensamentos sem fidelidade tem solução. São emoções sem rumo. Uma paranóia sufocante. Uma ausência de palavras, um sentimento sem nome. Um silêncio. Um! Não mais dois!

(silêncio)

são tantas as coisas que eu vejo, tantas outras que eu viajo, mas não consigo encontrá-las em um fundo branco. Acho que o fundo branco é um enorme buraco negro. Descendente de africano mesmo!

¡MIF

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Tudo o que eu escrevo é mentira!


Continuo aquela mesma relação de infrequências de outrora, mas o que é realmente incondicional é...que eu sou o cara de sorte mais sem sorte que já vi. Me considero sortudo por ter tudo o que quero, já que o que não posso, não quero e o que não quero é o que você tem. Se for meu, já é, se eu ainda não tiver, ainda assim é meu. Basta sofrer mais um pouquinho pra conseguir. Ter sem sofrer pra ter, não tem graça e o que não tem graça, eu não quero. Não é meu!Só há uma coisa que não é minha, mas eu quero. Quero minha mente porque fora o que tenho, é tudo o que tenho e que não é meu. E por falar em “tudo”, tudo do “meu mundo” tá nela. O que ainda não estiver, pra mim ainda não existe, apesar de existir pra alguém. Eis a relatividade da generalização. Segundo palavras de um sábio, “minimizando ao máximo, tudo é muita coisa.”Ainda falando de mente (e não demente), MENTIRA deveria ser tudo (olha eeeele aí) relacionado à mente. Afinal, não haveria mentira se não houvesse verdade. Uma mentira não surge do nada (que por SER nada, já É alguma coisa). Então, de onde ela vem?Levando em consideração que mentiras são pensamentos novos e que pensamentos novos são pensamentos velhos modificados ou inspirados por conhecimentos adquiridos recentemente, a mentira é fruto da mente. Tese comprovada. A verdade, por ser algo estabelecido, imutável (se fosse mutável, deixaria de ser verdade), admite duas condições: a primeira é que ela já nasceu verdade, portanto, perfeita (contrariando o darwinismo e a teoria da evolução). A segunda é que ela veio a ser verdade, proveniente do aperfeiçoamento de uma mentira (fruto da mente), obedecendo à regra geral da humanidade.Assim como obviamente esse texto é obra de uma mente, longe de ser imutável, bem como todos os outros que já escrevi e já modifiquei, fica pra você e pra uma eternidade breve, a minha mentira!

terça-feira, 30 de junho de 2009

Minha relação com o espelho


Minhas inúmeras lembranças fazem com que eu me sinta o cara mais velho do mundo mas temo que no futuro, eu tenha a mesma cabeça velha dos adultos do presente. É uma sensação de estar eternamente condicionado a quem irei me tornar.
Meu destino é feito a partir de tendências e não de escolhas; quem me decide é quem eu “estiver sendo” naquele momento. Se escolho, serei pra sempre escravo da dúvida e da dúvida de quem eu estaria sendo hoje se escolhesse o caminho rejeitado. Fatalmente exposto ao arrependimento.
Sou daqueles que preferem viver do que ter, por isso procuro me desapegar de tudo o que é material. O imaterial é inerente. Você se assemelha e o incorpora a cada passo.
Afasto sofridamente o sofrimento e me parece que é a única coisa que me fazer sofrer.
Acredito no final feliz e que só se alcança a felicidade aprendendo e que só se aprende vivendo. O dinheiro é apenas um dos instrumentos que nos proporcionam momentos.
Curto meus momentos sozinho de longas noites de frio e me arrisco a dizer que às vezes me sinto bem melhor assim do que mal ou bem acompanhado. Se eu for chato comigo mesmo, a culpa é minha; mas não me culpo. Chato é ser constante.
Admiro a admiração, a gratidão e o reconhecimento.
Adoro ajudar mas sou preguiçoso.
Respeito os mais velhos pela experiência e as crianças pela inocência;
apesar de inocentemente me sentir mais experiente que a minha própria mãe e negligenciar não raro os seus conselhos. E não raro também ficar boquiaberto com a experiência cada vez mais precoce das crianças “mais recentes”.
Não confundo o amor à pessoa com o amor ao sentimento ou ao momento que ela nos proporciona. Amor é o de mãe. Salvo esse, só amamos a quem nos faz bem e não dá pra não perceber o egoísmo que há nisso. Glorioso é amar aos inimigos, mas é difícil acreditar num segundo Jesus Cristo sobre a terra. Criteriosamente, conhecer o amor, só depois de morto (falo sobre a morte do corpo). Mas continuo amando no sentido em que a realidade e a palavra nos oferecem. Amo o amor humano, o amor social. Não ele em si, mas no significado por ele sugerido. Amo por que sou amado. Isso é uma progressão geométrica.
Meu futuro, não sou eu quem decido. Às vezes meus planos dão certo, mas nunca como os planejei. “Eu” é uma questão de “agora”. Quem sabe um dia eu possa até amar você?

segunda-feira, 16 de março de 2009

Pra que sentimento, já que inventaram o orkut?


Não somos mais pessoas, somos profiles.

Aqui, somos quem queremos ser. Assumimos os personagens que refletem os nossos anseios. Transmitimos a imagem que melhor se aproxima de uma perfeição possível. Nas fotos, somos extremamente felizes, lindos, descolados. Problemas? Ahh, pra que isso? Basta sorrir pra câmera que eles simplesmente desaparecem.
Nos identificamos em comunidades. Conhecemos pessoas novas, repudiamos e admiramos o outro pelo que ela escreveu (ou copiou) no “quem sou eu”.
Trocamos confidências, declarações, conversamos “baixinho”, através de depoimentos. O verbo depor assumiu um significado moderno, uma conveniência virtual.
Status de relacionamento é o termômetro da relação. É o outdoor do compromisso. Se nos “becos e vielas” da cidade virtual nos deparamos com um rosto escultural, que decepção ao devassar aquela “vida” e percebê-la “namorando”... hahaha, tem gente que casa mesmo sem casar, imagine! Adeus ao véu e grinalda. Caso haja o interesse, é logo do lado esquerdo que não desviamos a atenção. Há quem espere ansiosamente que aquelas letrinhas se transformem em solteiro(a) (leia-se: disponível no mercado). Não adianta mais sentir; pra namorar, tem que colocar no orkut. Não rola mais “ser”, tem que “estar” namorando. A primeira coisa que se faz quando o namoro termina é... tirar do orkut! Um casal quando briga, se vê na paranóia obsessiva de monitorar o orkut do parceiro pra não pagar vexame e “namorar sozinho”.
O orkut é a maneira mais simples de emoldurar nossas vidas e consequentemente de encarcerá-las. Pode ser um apêndice da realidade, um atalho ao ser-humano, mas geralmente é cela, é jaula, é limite.
Teclado e mouse são controles remoto da alma. Um dia sem internet, um dia perdido da vida. Bastam 24 horas sem olhar o orkut pra emergir a sensação de parte da vida indo embora.
Nesse universo paralelo, há a miraculosa oportunidade da reencarnação. Profiles que morrem dando, logo em seguida, vida a uma nova vida. Quantas vezes então, eu já pensei no “suicídio”?
No Orkut dá pra, inclusive, sermos dois, três, sermos vários, não sermos nós.
As pessoas acreditam em profiles. Já não vale mais a pena ser gente. Se não tá no orkut, é mentira; quem não tem orkut, não existe. Afinal, quem não tem orkut, não tem vida.

domingo, 28 de dezembro de 2008

Ano novo é tempo de...




Dois mil e nove vem com a mesma velocidade de todas as lembranças que cada momento de 2008 me trouxe. Foi uma emoção nova para cada ousadia a que me propus viver. Viver é a atitude de mudar diante do mesmo que somos todos os dias. A velocidade dessas mudanças é o que determina a velocidade do tempo que nos passa.
O tempo passa em nós quando estamos em metamorfose e raras as vezes, quando estamos em inércia, o vemos passar diante dos nossos olhos. Pensar, por exemplo, é observar o tempo. Seja o que passou ou o que está passando. Parar pra pensar que o tempo não para é pensar que não paramos ao longo do tempo.
Já que parar é não ser, parar pra pensar é existir e existir é deseperador. Já passou pela sua cabeça que absolutamente tudo na vida acontece sem intervalos? Que mesmo dormindo, descansando, ou mesmo quando você “tá sem tempo”, o tempo continua passando e você continua tendo? Viver é permanecer vivendo, é prosseguir aprendendo. Isso você aprende com o tempo.
Desespere-se! Desesperar é não esperar, seja lá de onde venha o alvitre. O tempo não te espera, então não espere o tempo. O tempo nunca vai passar. Ele já está passando... e o próprio passado se reduz às lembranças. Vivê-lo é lembrar de um momento com um cheiro, passar em ruas que já não passávamos há anos, reencontrar velhos amigos...
Pois... Durante o tempo que veem passando, tanto dentro de mim (lá ele) como diante dos meus olhos, tenho ouvido com cada vez mais frequência pessoas que junto comigo se assombram diante da velocidade do mesmo. Será uma impressão coletiva infundada ou a suspeita da massa procede? À medida que o tempo vem, absorvemos parte dele pra nós. Envelhecemos.
Enquanto a fração que representa o futuro diminui a cada segundo presente vivido, o quinhão do passado aumenta inevitavelmente. Então a velocidade do tempo é uma questão de escala. Uma criança com 5 anos de idade, vê um ano como 1/5 de sua vida. Um adulto com 40, tem um ano como 1/40. Enquanto o tempo passa, o tempo do tempo se abrevia. Quanto mais velhos, vemos a vida (e consequentemente o tempo) passar mais rapidamente. Não que ele esteja acelerado, é que a fração que representa um ano, em uma vida fica cada vez menor.
Aproveitamos cada vez menos porque aproveitamos cada vez mais e se não aproveitamos, não vivemos; vimos o tempo passar.
O que fica em 2008, é esse tempo que vimos passar. Trazemos pra 2009 o que nos realmente passou. O tempo que usamos. Que soubemos aproveitar.
O que desejo pro ano que vem é que usemos mais tempo do tempo ousando, sem perder tempo sendo normal. Ser normal é perder tempo e perder tempo é viver cada vez menos. Aproveitando até um piscar. Piscar é enxergar pra dentro, abrir os olhos é enxergar pra fora. O cego não vê mas enxerga e enxergando ele vive muito mais do que quem só vê.
Complicado, né? É o tempo, é a vida... Sempre em retiscências pois não existe ponto final...

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Obra-prima-mulher

Ela que faz de um traço um traçado;
de um lar, um abrigo, ou terraço...
Ela olha, ela pinta, ela brinca,
esconde, aparece e eu acho.
Ela sendo ela, pode fazer o que não faço...
Olha ela!
Ela olha com olhar de esculacho.

Sorri e encanta, e eu conto:
Ela até canta!
Conta eu contar que é encanto o teu canto cantado num conto?

Ela vem, ela vai,
ela fica e não volta mais.
Ela vem e volta,
agrada e revolta.

Ela é inconstante,
às vezes perto, às vezes distante.
E não obstante, é bonita e é feia, é o já e o ainda.
Mas ela, sendo ela, nunca deixa de ser linda.

Ela assim cheia de fases,
inspira todos os rapazes.
Pedreiro, deputado imundo,
polícia, ladrão vagabundo.

Se quer trabalhar, trabalha.
Batalha e ganha miúdo.
Pra poder sustentar com fartura,
um canalha que gasta tudo.

Duvidas que seja divina?
Pois eu não duvido não.
Recebe ainda menina,
o dom da criação.

Pois se até Virgem Maria,
trouxe ao mundo Jesus,
qual mãe se negaria
a dar ao seu filho a luz?

Se tiver um elogio,
use palavra qualquer.
O que vale é homenagear
a obra-prima-mulher!

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

... Mas pode me chamar de global!

Ontem à noite, após a etapa relaxante da rotina de "chegar em casa", fui surpreendido com uma ligação digamos que interessante. Com aquela formalidade característica de atendentes de telemarketing, o solicitante apresentou-se. Não era uma voz conhecida, mas perguntava por mim. (Procurar por mim àquela hora da noite, já que não era Sandy - pois a voz era de homem; ou era tragédia ou cobrança (não que uma elimine a outra). Já aliviado, passada a ansiedade de uma ligação inesperada e misteriosa, desfez-se o seguinte diálogo:

- Pedro? Pois não, o próprio! (eu e minha sina de P's)
- Prazer, sou "Paulo". ("produtor do programa" - Pensei eu, já contagiado)

E era! Revelou que recebeu um e-mail a algum tempo atrás (provavelmente quando eu era uma criança serelepe e incompreendida) falando sobre um fenômeno que tinha a habilidade de falar instantaneamente as palavras de trás pra frente.
Foi o suficiente pra eu sentir o Oludum no meu coração. Naquele ritmo percussivo e acelerado, fui emitindo sons através de frases tais quais as batidas dos tambores do meu grupo afro. Não era gagueira, era swingueira.

- Gra gravar? o que, que que? que dia? (êo êo paracatumdumgudum)

Já sem raciocinar, aceitei. Ele, sem imaginar o alvoroço interno que havia causado em mim, tranquilamente despediu-se e desligou. Eu fingindo (obviamente) a maior naturalidade, voltei à realidade do lar e voltado pra minha mãe, perguntei:

- Você sabe o que o SEU FILHO (fiz questão de ressaltar) vai fazer amanhã à tarde?

Ela, com aquela cara de "fale logo" disse:

- Não!
- Vou gravar o Mosaico Baiano... falando de trás pra frente.

Você fez festa? Nem ela! kkkkkkkkk
Passada a minha frustração maternal, fui "bater o baba". Pra complementar a loucura, inconscientemente treinava falar palavras ao contrário... no baba!

- Vai, véi... toca porra! (arrop acot ... iév iav)
- Goleiro joga! (agoj orielog)

Autista, me fechei no meu mundo invertido... ali, eu tava num ensaio, ja havia esquecido o baba... e começaram as reclamações:

Porra Pedrinho, caralho... presta atenção, véi! (E eu nem aí - iév, oãçneta atserp... ohlarac, ohnirdep arrop).

Resultado, me fudi no baba mas tava afiado. Que venha alessandro Timbó (apresentador do Mosaico)!
No dia seguinte tava lá meia hora atrasado, mas pontual. Como em toda recepção que se preze, esperei pra caralho pra ser atendido. Após loooongos e exaustivos minutos:

- É você que é Pedro? (¬¬)

E fui convidado a entrar na magia do outro lado da tela. Muito observador, fui reparando em cada detalhe do estúdio, imaginando e lembrando de quando os apresentadores usam termos técnicos como se nós telespectadores fossemos íntimos daquela linguagem. Takes, chamadas, camera 1, 2, luzes, microfones... Toda uma produção que me deixou fascinado. Me ver ali, dentro da tela foi oferenda narcisista. Uma onda.
... E tudo transcorria bem até que um fila-da-puta da produção me veio com um papelzinho que até então eu não sabia que seria o meu desespero. O meu era o da palavra. O de milhares de outras pessoas era essa tal doença que seria algoz dos meus neurônios. Foi um desafio. Indubitavelmente, a maior palavra que eu já falei ao contrário em minha vida:
Hipopotomonstrossesquipedaliofobia = 34 letras
A minha sorte foi que até pra ele ler pra mim foi complicado. Deu tempo de decorar! E ele lançou no ar! Fale aí!
aibofoiladepiuqsessortsnomotopopih
Dei uma fisgadinha mas foi só alegria.
E no final, depois de gravado o programa, o comercial e depois ter cumprimentado a todos, quando eu achava que ja tava tudo acabado e eu, sido liberado, o mesmo FDP da produção veio em minha direção com aquele ar triunfante, estendeu o braço e me deu um bilhete escrito:

!úc on ramot áv
Foi o elogio mais criativo que já recebi!
(Pra quem quiser conferir o mico em rede estadual, o programa vai ao ar sábado, 06 de dezembro de 2008 às 13:45 na Rede Bahia e na TV Salvador, neste mesmo dia, às 19:15.)
*Obrigado à alma boa que adicionou duas ou três frases e não apagou o texto - uahuahuahuha)

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Vamos jantar amanhã?

Quando um homem chama uma mulher para sair, não sabe o grau de estresse que isso desencadeia em nossas vidas. Durante muito tempo, fiquei achando que eu era uma estressada maluca que não sabia lidar com isso, mas conversando com diversas pessoas, cheguei à conclusão de que esse estresse é um denominador comum a quase todas as mulheres, ainda que em graus diferentes (ou será que sou eu que só ando com gente estressada?). O que venho contar aqui hoje é mais dedicado aos homens do que às mulheres. Acho importante que eles saibam o que se passa nos bastidores. Você, mulher, está flertando um Zé Ruela qualquer. Com sorte, ele acaba te chamando para sair. Vamos supor, um jantar. Pronto, acabou seu último minuto de paz. Ele diz, como se fosse a coisa mais simples do mundo 'Vamos jantar amanhã?'. Você sorri e responde, como se fosse a coisa mais simples do mundo: 'Claro, vamos sim'. Começou o inferno na Terra. Foi dada a largada. Você começa a se reprogramar mentalmente e pensar em tudo que tem que fazer para estar apresentável até lá. Cancela todos os seus compromissos canceláveis e começa a odisséia. Evidentemente, você também pára de comer, afinal, quer estar em forma no dia do jantar e mulher sempre se acha gorda. Daqui pra frente, você começa a fazer a dieta do queijo: fica sem comer nada o dia inteiro e quando sente que vai desmaiar come uma fatia de queijo. Muito saudável. Primeira coisa: fazer mãos e pés. Quem se importa se é inverno e você provavelmente vai usar uma bota de cano alto? Mãos e pés tem que estar feitos – e lá se vai uma hora do seu dia. Vocês (homens) devem estar se perguntando 'Mão tudo bem, mas porque pé, se ela vai de botas?' Lei de Murphy. Sempre dá merda. Uma vez pensei assim e o infeliz me levou para um restaurante japonês daqueles em que tem que tirar o sapato para sentar naqueles tatames. Tomei no cu bonito! Tive que tirar o sapato com aquela sola do pé cracuda, esmalte semi-descascado e cutícula do tamanho de um champignon! Vai que ele te coloca em alguma outra situação impossível de prever que te obriga a tirar o sapato? Para nossa paz de espírito, melhor fazer mão e pé, até porque boa parte dessa raça tem uma tara bizarra por pé feminino. OBS: Isso me emputece. Passo horas na academia malhando minha bunda e o desgraçado vai reparar justamente onde? Na porra do pé! Isso é coisa de... Melhor mudar de assunto... As mais caprichosas, além de fazer mão e pé, ainda fazem algum tratamento capilar no salão: hidratação, escova, corte, tintura, retoque de raiz, etc. Eu não faço, mas conheço quem faça. E nessa se vai mais uma hora do seu dia. Dependendo do grau de importância que se dá ao Zé Ruela em questão, pode ser que a mulher queira comprar uma roupa especial para sair com ele. Mais horas do seu dia. Ou ainda uma lingerie especial, dependendo da ocasião. Pronto, mais horas do dia. Se você trabalha, provavelmente vai ter que fazer as unhas na hora do almoço e correr para comprar roupa no final do dia em um shopping. Ah sim, já ia esquecendo. Tem a depilação. Essa os homens não podem nem contestar. Quem quer sair com uma mulher não depilada, mesmo que seja apenas para um inocente jantar? Lá vai você depilar perna, axila, buço, virilha, sobrancelha, etc, etc. Tem mulher que depila até o cu! Mulher sofre! E lá se vai mais uma hora do seu dia. E uma hora bem dolorida, diga-se de passagem. Parabéns, você conseguiu montar o alicerce básico para sair com alguém. Pode ir para a cama e tentar dormir, se conseguir. Eu não consigo, fico nervosa. Se prepare, o dia seguinte vai ser tumultuado. Ah, sim, você vai dormir COM FOME. A dieta do queijo continua. Dia seguinte. É hoje seu grande dia. Quando vou sair com alguém, faço questão da dar uma passada na academia no dia, para malhar desumanamente até quase cuspir o pulmão. Não, não é para emagrecer, é para deixar minha bunda e minhas pernas enormes e durinhas (elas ficam inchadas depois de malhar). Mas supondo que você seja uma pessoa normal, vai usar esse tempo para algo mais proveitoso. Geralmente, o Zé Ruela não comunica onde vai levar a gente. Surge aquele dilema da roupa. Com certeza você vai errar, resta escolher se quer errar para mais ou para menos. Se te serve de consolo, ele não vai perceber. Alias, ele não vai perceber nada. Você pode aparecer de Armani ou enrolada em um saco de batatas, tanto faz. Eles não reparam em detalhe nenhum, mas sabem dizer quando estamos bonitas (só não sabem o porquê). Mas, é como dizia Angie Dickinson: 'Eu me visto para as mulheres e me dispo para os homens'. Não tem como, a gente se arruma, mesmo que eles não reparem. E não adianta pedir indicação de roupa para eles, os malditos não dão sequer uma pista! Claro, para eles é muito simples, as 'Madames' só precisam tomar uma chuveirada, vestir uma Camisa Pólo e uma calça e estão prontos, seja para o show de rock, seja para um fondue. Nesse pequeno cérebro do tamanho de um caroço de uva só existem três graduações de roupa: Bermuda + Chinelo, Jeans + Pólo, Calça Social + Camisa Social. Quando você pergunta se tem que ir arrumada é quase certo que 'Madame' abra a boca e diga 'sei lá, normal, roupa normal'. Eles não sabem que isso não ajuda em nada. Escolhida a roupa, com a resignação de que você vai errar, para mais ou para menos, vem a etapa do banho. Para mim é uma coisa simples: shampoo + sabonete. Mas para muitas não é. Óleos, sabonetes aromáticos, esfoliação (horrível que seja com 's', né? deveria ser com 'x'), etc. E o cabelo? Bom, por sorte meu cabelo é bonzinho, não faz a menor diferença se eu lavar com um shampoo caro ou se lavar com Omo, fica a mesma coisa. Mas tem gente que tem que fazer uma lavagem especial, com cremes e etc. E depois ainda vem a chapinha, prancha e/ou secador. Depois do banho e do cabelo, vem a maquiagem. Nessa etapa eu perco muito tempo. Lá vai a babaca separar cílio por cílio com palito de dente depois de passar rímel. Melhor nem contar tudo que eu faço em matéria de maquiagem, se não vocês vão me achar maluca, digo, mais maluca. Como dizia Napoleão Bonaparte, 'Mulheres tem duas grandes armas: lágrimas e maquiagem'. Considerando que não faço uso das primeiras, me permito abusar da segunda. Se você for uma pessoa normal, não perde nem vinte minutos passando maquiagem. Depois vem a hora de se vestir. Homens não entendem, mas tem dias que a gente acorda gorda. É sério, no dia anterior o corpo estava lindo e no dia seguinte... PORCA! Não sei o que é (provavelmente nossa imaginação), mas eu juro que acontece. Muitas vezes você compra uma roupa para um evento, na loja fica linda e na hora de sair fica um cu. Se for um desses dias em que seu corpo está um cu e o espelho está de sacanagem com a sua cara, é provável que você acabe com um pilha de roupas recusadas em cima da cama, chorando, com um armário cheio de roupa e gritando 'EU NÃO TENHO ROOOOOUUUUUPAAAA'. O chato é ter que refazer a maquiagem. E quando você inventa de colocar aquela calça apertada e tem que deitar na cama e pedir para outro ser humano enfiar ela em você? Uma gracinha, já vai para o jantar lacrada a vácuo. Se espirrar a calça perfura o pâncreas. Ok, você achou uma roupa que ficou boa. Vem o dilema da ligerie. Salvo raras exceções, roupa feminina (incluindo lingerie) ou é bonita, ou é confortável. Você olha para aquela sua calcinha de algodão do tamanho de uma lona de circo. Ela é confortável. E cor de pele. Praticamente um método anticoncepcional. Você pensa 'Eu não vou dar para ele hoje mesmo, que se foda'. Você veste a calcinha. Aí bate a culpa. Eu sinto culpa se ando com roupa confortável, meu inconsciente já associou estar bem vestida a sofrimento. Aí você começa a pensar 'E se mesmo sem dar para ele, ele pode acabar vendo a minha calcinha... Vai que no restaurante tem uma escada e eu tenho que subir na frente dele... se ele olhar para essa calcinha, broxará para todo o sempre comigo...'. Muito puta da vida, você tira a sua calcinha amiga e coloca uma daquelas porras mínimas e rendadas, que com certeza vão ficar entrando na sua bunda a noite toda. Melhor prevenir. Nessas horas a gente emburrece e acha que qualquer deslize que fizer vai espantar o sujeito de forma irreversível. Os sapatos. Vale o mesmo que eu disse sobre roupas: ou é bonito, ou é confortável. Geralmente, quando tenho um encontro importante, opto por UMA PEÇA de roupa bem bonita e desconfortável, e o resto menos bonito mas confortável. FATO: Lei de Murphy impera. Com certeza me vai ser exigido esforço da parte comprometida pelo desconforto. Ex: Vou com roupa confortável e sapato assassino. Certeza que no meio da noite o animal vai soltar um 'Sei que você adora dançar, vamos sair para dançar?' Eu tento fazer parecer que as lágrimas são de emoção. Uma vez um sapato me machucou tanto, mas tanto, que fiz um bilhete para mim mesma e colei no sapato, para lembrar de nunca mais usar!. Porque eu não dei o sapato? Porra... me custou muito caro! Posso não usá-lo, mas quero tê-lo. Eu sei, eu sei, materialista do caralho. Vou voltar como besouro de esterco na próxima encarnação e comer muito cocô para ver se evoluo espiritualmente! Mas por hora, o sapato fica. Enfim, eu sei que existem problemas mais sérios na vida, e o texto é em tom de brincadeira. Só quero que os homens saibam que é um momento tenso para nós e que ralamos bastante para que tudo dê certo. O ar de tranquilidade que passamos é pura cena. Sejam delicados e compareçam aos encontros que marcarem, ok? E se possível, marquem com antecedência, para a gente ter tempo de fazer nosso ritual preparatório com calma... Apesar do texto enorme, quero deixar claro que o que eu coloquei aqui é o mínimo do mínimo. Existem milhões de outras providências que mulheres tomam antes de encontros importantes: clarear pêlos (vulgo 'banho de lua'), fazer drenagem linfática, baby liss... enfim, uma infinidade de nomes que homem não tem a menor idéia do que se trata. Depois que você está toda montadinha, lutando mentalmente com seus dilemas do tipo 'será que dou para ele? É o terceiro encontro, talvez eu deva dar...' começa a bater a ansiedade. Cada uma lida de um jeito. Eu, como boa loser que sou, lido do pior jeito possível. Tenho um faniquito e começo a dizer que não quero ir. Não para ele, ligo para a infeliz da minha melhor amiga e digo que não quero mais ir, que sair para conhecer pessoas é muito estressante, que se um dia eu tiver um AVC é culpa dessa tensão toda que eu passei na vida toda em todos os primeiros encontros e que quero voltar tartaruga na próxima encarnação. Ela, coitada, escuta pacientemente e tenta me acalmar. Agora imaginem vocês, se depois de tudo isso, o filho da puta liga e cancela o encontro? 'Surgiu um imprevisto, podemos deixar para semana que vem?'. Gente, não é má vontade ou intransigência, mas eu acho inadmissível uma coisa dessas, a menos que seja algo muuuuiiiiiiito grave! Eu fico puta, puta, PUTA da vida! Claro, na cabecinha deles não custa nada mesmo, eles acham que é simples, que a gente levantou da cama e foi direto pro carro deles. Se eles soubessem o trabalho que dá, o estresse, o tempo perdido... nunca ousariam remarcar nada. Se fode aí! Vem me buscar de maca e no soro, mas não desmarque comigo! Até porque, a essa altura, a dieta radical do queijo está quase te fazendo desmaiar de fome, é questão de vida ou morte a porra do jantar! NÃO CANCELEM ENCONTROS A MENOS QUE TENHA ACONTECIDO ALGO MUITO, MUITO, MUITO GRAVE! A GENTE SE MOBILIZA DEMAIS POR CAUSA DELES! Supondo que ele venha. Ele liga e diz que está chegando. Você passa perfume, escova os dentes e vai. Quando entra no carro já toma um eufemismo na lata 'HUMMM... tá cheirosa!' (tecla sap: 'Passou muito perfume, porra'). Ele nem sequer olha para a sua roupa. Ele não repara em nada, ele acha que você é assim ao natural. Eu não ligo, acho homem que repara muito meio viado, mas isso frustra algumas mulheres. E se ele for tirar a sua roupa, grandes chances dele tirar a calça junto com a calcinha e nem ver. Pois é, Minha Amiga, você passou a noite toda com a rendinha (que por sinal custou muito caro) atochada no rego para nada. Homens, vocês sabiam que uma boa calcinha, de marca, pode custar o mesmo que um MP4? Favor tirar sem rasgar. Quando é comigo, passo tanto estresse que chego no jantar com um pouco de raiva do cidadão. No meio da noite, já não sinto mais meus dedos do pé, devido ao princípio de gangrena em função do sapato de bico fino. Quando ele conta piadas e ri, eu penso: 'É, eu também estaria de bom humor, contando piada, se não fosse essa calcinha intra-uterina raspando no colo do meu útero'. A culpa não é deles, é minha, por ser surtada com a estética. Sinto o estômago fagocitando meu fígado, mas apenas belisco a comida de leve. Fico constrangida de mostrar toda a minha potência estomacal assim, de primeira. Para finalizar, quero ressaltar que eu falei aqui do desgaste emocional e da disponibilidade de tempo que um encontro nos provoca. Nem sequer entrei no mérito do DINHEIRO. Pois é, tudo isso custa caro. Vou fazer uma estimativa POR BAIXO, muito por baixo mesmo, porque geralmente pagamos bem mais do que isso e fazemos mais tratamentos estéticos: Roupa.................................................................R$200,00 Ligerie.................................................................R$100,00 Maquiagem.........................................................R$50,00 Sapato................................................................R$200,00 Depilação...........................................................R$50,00 Mão,pé e escova................................................R$50,00 Perfume..............................................................R$250,00 Pílula anticoncepcional.......................................R$50,00 Ou seja, JOGANDO O VALOR BEM PARA BAIXO, gastamos, no barato, R$1.000,00para sair com um Zé Ruela. Entendem porque eu bato o pé e digo que homem TEM QUE PAGAR O MOTEL....e a porra do JANTAR também!!!!! A gente gasta muito mais para sair com eles do que eles com a gente!


Agradecimento: Desireé Sant'Ana (quem me apresentou ao texto)

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Alimento


Por mais que esperemos muito das outras pessoas; às vezes sem mesmo perceber se estamos semeando para colher, muitas vezes somos surpreendidos com demonstrações simples, pequenas, mas que adquirem o maior significado por ter sido algo feito com tanto carinho.
Fortunas não comprariam o bem-estar trazido pela boa energia da amizade.
Não pretendo chegar a mil e uma palavras, pois tenho uma imagem que vale por todas elas. Uma surpresa agradabilíssima que tive hoje pela manhã. Com aviso prévio, mas que não perdeu o caráter surpreendente que só poderia ter vindo de uma pessoa tão alto-astral quanto Nayara Pedra.
Impossibilitado de se fazer materializar a minha gratidão, exponho-a em palavras que transmitem, mas que não se assemelharão nunca à sensação do sentimento que me proporcionou!
Um beijo.

Proponho parar pra pensar na postagem presentemente publicada

Brasil com P - Racionais


Pesquisa publicada prova
Preferencialmente preto
Pobre, prostituta pra polícia prender
Pare, Pense
Porque? Prossigo
Pelas periferias praticam perversidades
PMs, pelos palanques políticos prometem
Pura palhaçada, proveito próprio
Praias, programas, piscinas
Palmas
Pra periferia... Pânico, pólvora
Pá! Pá! Pá!
Primeira página.
Preço pago:
pescoço, peito, pulmões perfurados.
Parece pouco.
Pedro Paulo. Profissão: pedreiro.
Passatempo predileto: pandeiro.
Preso portando pó passou pelos piores pesadelos.
Presídios, porões, problemas pessoais, psicológicos.
Perdeu parceiros, passado, presente, pais, parentes, principais pertences.
PC, político privilegiado preso
Parecia piada.
Pagou propina pro plantão policial
Passou pela porta principal.
Posso parecer psicopata, pivô pra perseguição.
Prevejo populares portando pistolas,
Pronunciando palavrões.
Promotores públicos pedindo prisões.
Pecado, pena, prisão perpétua.
Palavras pronunciadas pelo poeta.


Agradecimento: Lulito (quem me apresentou à letra) Ribeiro (quem me apresentou a música) Mineiro (que tava aqui do lado mas n me apresentou P. nenhuma)

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

MINHA RELAÇÃO COM O ESPELHO

Minhas inúmeras lembranças fazem com que eu me sinta o cara mais velho do mundo mas temo que no futuro, eu tenha a mesma cabeça velha dos adultos do presente. É uma sensação de estar eternamente condicionado a quem irei me tornar.
Meu destino é feito a partir de tendências e não de escolhas; quem me decide é quem eu “estiver sendo” naquele momento. Se escolho, serei pra sempre escravo da dúvida e da dúvida de quem eu estaria sendo hoje se escolhesse o caminho rejeitado. Fatalmente exposto ao arrependimento.
Sou daqueles que preferem viver do que ter, por isso procuro me desapegar de tudo o que é material. O imaterial é inerente. Você se assemelha e o incorpora a cada passo.
Afasto sofridamente o sofrimento e me parece que é a única coisa que me fazer sofrer.
Acredito no final feliz e que só se alcança a felicidade aprendendo e que só se aprende vivendo. O dinheiro é apenas um dos instrumentos que nos proporcionam momentos.
Curto meus momentos sozinho de longas noites de frio e me arrisco a dizer que às vezes me sinto bem melhor assim do que mal ou bem acompanhado. Se eu for chato comigo mesmo, a culpa é minha; mas não me culpo. Chato é ser constante.
Admiro a admiração, a gratidão e o reconhecimento.
Adoro ajudar mas sou preguiçoso.
Respeito os mais velhos pela experiência e as crianças pela inocência;
apesar de inocentemente me sentir mais experiente que a minha própria mãe e negligenciar não raro os seus conselhos. E não raro também ficar boquiaberto com a experiência cada vez mais precoce das crianças “mais recentes”.
Não confundo o amor à pessoa com o amor ao sentimento ou ao momento que ela nos proporciona. Amor é o de mãe. Salvo esse, só amamos a quem nos faz bem e não dá pra não perceber o egoísmo que há nisso. Glorioso é amar aos inimigos, mas é difícil acreditar num segundo Jesus Cristo sobre a terra. Criteriosamente, conhecer o amor, só depois de morto (falo sobre a morte do corpo). Mas continuo amando no sentido em que a realidade e a palavra nos oferecem. Amo o amor humano, o amor social. Não ele em si, mas no significado por ele sugerido. Amo por que sou amado. Isso é uma progressão geométrica.
Meu futuro, não sou eu quem decido. Às vezes meus planos dão certo, mas nunca como os planejei. “Eu” é uma questão de “agora”. Quem sabe um dia eu possa até amar você?

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Como toda idéia é fruto de uma conexão evolutiva de pensamentos, fui linkando pensamentos (aparentemente) sem sentido que me levaram a "pensamentos remasterizados" que se aproximavam de um certo sentido qualquer. Era o esperma do 4P!

Alguns fatos em nossas vidas, por mais incoerentes que pareçam, ocorrem com o propósito de nos levar a um determinado lugar: o destino! Não acredito nele como algo abstrato, previamente proposto que será fatalmente cumprido. Há o arbítrio de se construir (ou destruir) o próprio destino através de escolhas. Acredito que o 4P seja uma etapa do meu.

Tudo começou com a escolha (de minha amada mãe) pelo meu nome. Pedro! ali eu era só um p'zinho de nada (assim, minúsculo mesmo). Continuei a seguir o processo de escolhas, errando, acertando... era um "pp" (pimpolho prodígio) porém, sobretudo, aspirando ser um P (maiúsculo). E fui! Sem modéstia alguma, o orgulho lá de casa.

Eis que, já sendo um P, surge um outro "pp" em minha vida. Um "pivete pentelho" que teve a mirabolante idéia de supor (lá nas viajens dele) que Pedro tinha tudo a ver com Prego (é uma longa história que prometo contar pra vocês como Prego se transformou em Pregu) e inconscientemente, já estava eu, sendo "promovido" a PP.

E foi um longo período de Pedro Pregu em minha vida. Com alguns destaques, enveredando por caminhos que convergiam a um só rumo: Mais P's.

Logo me tornei PPP. Pedro Pregu do Pitágoras. (Colégio em que estudei da 5a série ao 3o ano) Onde construi grande parte do meu presente e, por consequência, do meu destino.

PPP, numa dessas veredas incoerentes que te levam a um só rumo, incoerentemente me rumaram numa letra D. Virei PPD: Pedro Pregu em Direito.

Imbuído pelo espírito natalino, consegui escapar momentaneamente do cárcere do equívoco da letra D pra, pela primeira vez, ser plenamente PPPP. Era Pedro, Pregu, Paz e Prosperidade! Uma maneira nascisista de desejar "um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo" ou simplesmente "boas Festas". Estava sendo Pedro Pregu.

Anos depois, inconformado com o infortúnio da letra D na carreira, procurei correr atrás dos meus P's. Digo, dos meus sonhos. Outro longo período de Pedro Pregu em Processo Preparatório até enfim (e não por fim), vir a ser Pedro Pregu, Publicidade e Propaganda.
De P em P, meu alfabeto encheu o papo trazendo-me novas idéias, frutos de conexões evolutivas de pensamentos. Pensamentos estes que eu já não suportava perder. Pensamentos que vinham e iam com uma volatilidade proporcional ao quão interessantes eles eram. E eu ficava com aquela sensação perturbadora de quem tem alzheimer. De tentar lembrar e não conseguir. Aquela sensação de: "Eu ia dizer alguma coisa, mas esqueci... Era interessante!"


Mas, Afinal... o que é 4P?


4P é essencialmente o extravasamento de insights que transbordavam e desesperadamente evadiam-se, me fazendo sentir uma angustiante sensação de perda.
É uma mente confusa, um labirinto de perguntas num emaranhado de respostas que, não suportando mais suportar tudo sozinho, traz à tona o que antes se esvaía num só íntimo, tornando inevitável não (P)ensar com a letra P.